Em um comunicado, o Hamas afirmou que estudou a proposta de cessar-fogo e que o grupo está determinado a garantir um acordo que compreenda as demandas dos palestinos. Soldados de Israel e veículos militares perto da fronteira com Gaza
REUTERS/Amir Cohen
Representantes do grupo terrorista Hamas, que estão em guerra com as forças de Israel na Faixa de Gaza, vão participar de uma reunião na cidade do Cairo, no Egito, neste sábado (4) para dar uma resposta a uma proposta de acordo que envolve um cessar-fogo temporário e uma troca de reféns com o israelenses.
Em abril, o Hamas recebeu uma proposta de trégua que incluiria uma interrupção dos ataques e a troca de reféns israelenses sequestrados na Faixa de Gaza por prisioneiros palestinos em Israel.
O Hamas e Israel estão em guerra na Faixa de Gaza desde o dia 7 de outubro, quando o grupo terrorista invadiu o território israelense, matou cerca de 1.200 pessoas e sequestrou cerca de 250. Dessas, 105 foram libertadas em uma trégua. Atualmente, o governo de Israel calcula que cerca de 130 reféns israelenses ainda estejam em Gaza. Desses, pelo menos 35 são dados como mortos pelas autoridades.
De acordo com autoridades da Saúde da Faixa de Gaza, que são controladas pelo Hamas, 34 mil pessoas morreram na Palestina e 77 mil foram feridas por fogo israelense na guerra. As forças de Israel afirmam que 600 soldados morreram em combate.
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O Egito, que é vizinho dos palestinos e dos israelenses, intermedeia os encontros de negociações de cessar-fogo.
William Burns , o diretor da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, está no Cairo para participar das negociações com o Hamas.
Em nota, o Hamas afirmou que vai ao Cairo “em um espírito positivo” depois de estudar a última proposta de trégua. O grupo também disse que estudou a proposta de cessar-fogo e que está determinado a garantir um acordo que compreenda as demandas dos palestinos.
O governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, não falou nada sobre as negociações,
Quem vai viajar ao Egito são líderes políticos do Hamas, mas eles provavelmente vão consultar o braço armado do grupo para dar uma resposta sobre a proposta de acordo.
O governo egípcio está preocupado com a possibilidade de um ataque contra a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. É uma região de fronteira com o território do Egito. Desde o começo da guerra, mais de 1 milhão de moradores do território palestino se refugiaram em Rafah.
O primeiro-ministro Netanyahu já afirmou que as forças israelenses vão entrar em Rafah de qualquer jeito, mesmo se houve acordo –segundo os israelenses, Rafah é o último refúgio do Hamas. Os EUA, o maior aliado de Israel, já afirmaram que são contrários à operação na cidade.
Segundo o Wall Street Journal, o governo de Israel deu um ultimato ao Hamas: se em até uma semana o grupo terrorista não aceitar o acordo de cessar-fogo, as forças israelenses vão invadir a cidade de Rafah.
Ainda segundo o jornal, os termos da proposta em negociação são os seguintes:
Haverá um período inicial de trégua de até 40 dias.
Nesse período, o Hamas libertaria 33 reféns.
Se não houver desrespeito aos termos do acordo, abre-se a possibilidade de um cessar-fogo mais duradouro, de até seis semanas.
Nesse outro período, as partes se comprometeriam a libertar mais reféns.
Se os termos do acordo forem observados, a pausa nas batalhas pode chegar a até um ano.
Essa não é a primeira negociação de cessar-fogo entre as partes desde o começo da guerra, em 7 de novembro do ano passado.
Nas conversas, as partes geralmente concordavam em libertar prisioneiros e reféns sequestrados, mas em outros pontos não havia acordo (como, por exemplo, a possibilidade de os civis voltarem às suas casas no norte da Faixa de Gaza).
Netanyahu disse que exército vai invadir Rafah, mesmo com acordo de cessar-fogo
Aliado do Hamas: palestinos chegaram a entendimento
A Frente Popular pela Libertação da Palestina, que também participa da guerra contra Israel na Faixa de Gaza, listou na sexta-feira algumas das demandas dos grupos palestinos:
Um cessar-fogo.
A retirada das forças israelenses da Faixa de Gaza
O retorno das pessoas que tiveram que deixar suas casas
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G1 mundo