Movimento ocupa o prédio de Geografia e História da universidade e exige o fim de relações acadêmicas com a Universidade de Haifa, em Israel. Mais de 35 mil palestinos já foram mortos na guerra. Acampamento foi montado no prédio de Geografia e História
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Os estudantes da Universidade de São Paulo (USP) se juntaram à onda de protestos nos Estados Unidos e montaram um acampamento contra o genocídio dos palestinos nesta terça-feira (7). O grupo ocupa o prédio de História e Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), na Zona Oeste da capital.
Para o movimento, os convênios da USP com universidades e organizações israelenses, como a “Israel Corner”, ajudam a desenvolver a tecnologia empregada na guerra contra o Hamas. Por isso, os estudantes exigem que a instituição rompa relações acadêmicas com a Universidade de Haifa, em Israel.
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O grupo também iniciou um abaixo assinado exigindo que a instituição, as demais universidades do país e o governo brasileiro rompam relações com o Estado de Israel. É possível acessar pelo link.
A iniciativa do acampamento partiu de 40 organizações estudantis, que integram o Comitê de Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP).
Estudantes da USP exigem fim das relações acadêmicas com universidade de Israel
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A ação na USP reproduz um movimento iniciado nos Estados Unidos, onde mais de 2.000 manifestantes já foram presos durante protestos pró-Palestina. As manifestações contra o genocídio promovido por Israel também foram registradas na Grã Bretanha, França, Espanha, Irlanda, Alemanha, Holanda, Austrália, Japão, México, entre outros países.
Para a Federação Israelita de São Paulo, essas manifestações se tornaram palcos de propagação de discursos de ódio contra judeus.
“A ação da USP reproduz no Brasil um movimento iniciado em algumas das mais importantes universidades dos Estados Unidos. No país norte-americano, as manifestações no campus acabaram se desconectando do viés pacífico de um discurso a favor de um cessar fogo no Oriente médio para se tornar palco de atos de violência e propagação de discursos de ódio contra judeus – além de pregar a exaltação ao grupo terrorista Hamas – sob a justificativa da defesa do povo palestino.”
“Situações como essa reforçam um fato: a guerra entre Israel e o Hamas avançou territórios, não com a presença de soldados, mas sim com a invasão de narrativas agressivas, cheias de ódio e sem fundamento histórico que estão ganhando corpo em locais muito além das fronteiras entre Israel e Gaza. Espaços que são ambientes de debates e criação de massa crítica de pensamento acabaram se tornando polos para a disseminação de mensagens antissemitas”, afirma Marcos Knobel, Presidente da Federação Israelita do Estado de São Paulo.
A guerra começou há sete meses, quando o Hamas atacou o território israelense, matou 1.200 pessoas e sequestrou outras 250. Enquanto, segundo as autoridades de Saúde de Gaza, controladas pelo Hamas, quase 35 mil palestinos morreram.
Nesta segunda-feira (6), o Hamas afirmou que aceitou uma proposta de cessar-fogo elaborada pelo Egito e Catar — os dois países estão intermediando uma negociação de um acordo entre os palestinos e o governo de Israel, que estão em guerra na Faixa de Gaza.
Já, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou nesta terça-feira que a oferta de cessar-fogo do Hamas é uma tentativa de impedir a operação militar israelense na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
Acampamento pró-Palestina na FFLCH
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G1 mundo