Governos e entidades se solidarizaram após maior tragédia climática da história do estado, com mais de 100 mortes. Auxílio inclui verbas, purificadores de água e helicóptero. A tragédia sem precedentes no Rio Grande do Sul, causada pelas enchentes e inundações provocadas pelas fortes chuvas que atingem a região, tem mobilizado o Vaticano, organismos multilaterais e governos de países vizinhos.
Dados mais atualizados até o início da manhã desta sexta-feira (10) mostram que mais de 110 pessoas já morreram no estado e mais de 130 ainda estão desaparecidas. Além disso, estimativas dão conta de que mais de 400 mil moradores do estado estejam fora de suas casas – desabrigados ou desalojados.
Ao todo, dos 497 municípios do estado, 435 apresentaram algum tipo de problema relacionado aos temporais, o que representa 87,5% das cidades gaúchas.
Nesse cenário, o Rio Grande do Sul tem recebido apoio de outros estados, do governo federal e também do exterior, por exemplo:
Vaticano;
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID);
Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur);
Uruguai;
Argentina.
Em mensagem publicada em rede social, o Ministério das Relações Exteriores informou que está em contato com o comando militar responsável pelas ações das Forças Armadas no resgate das vítimas.
“O Itamaraty, por meio da Agência Brasileira de Cooperação, está canalizando ofertas de Estados e organismos internacionais de auxílio humanitário às vítimas das inundações, em estreita coordenação com o Comando Operacional Conjunto da Operação Taquari II”, publicou o ministério.
Veja o que é #FATO ou #FAKE sobre a tragédia no Rio Grande do Sul
Sobe para 113 o número de mortes por causa da enchente no Rio Grande do Sul
Saiba abaixo como se dá a ajuda internacional ao país em razão das enchentes no Rio Grande do Sul:
Vaticano
Nesta quinta (9), o Vaticano anunciou que irá destinar 100 mil euros (aproximadamente R$ 550 mil) para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
O dinheiro vai ser doado pelo departamento da Santa Sé destinado à caridade.
Segundo o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), os recursos serão destinados à Regional Sul 3 da entidade, que abrange o estado do Rio Grande do Sul.
Papa Francisco menciona vítimas dos temporais no Rio Grande do Sul durante a missa dominical do Vaticano
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
Também nesta quinta (9), o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, informou que o organismo destinará R$ 5,5 bilhões para ajuda ao Rio Grande do Sul.
Segundo o BID, o auxílio vai se dar da seguinte maneira:
R$ 4 bilhões em linha de crédito para que os governos (federal e estadual) possam financiar contratos para obras de infraestrutura (saneamento e energia, por exemplo), desenvolvimento urbano e setor agrícola;
R$ 1,5 bilhões que poderão ser remanejados, de contatos já firmados, para obras no estado, medidas de proteção de empregos e apoio a áreas sociais;
R$ 3 milhões de ajuda humanitária.
Agência da ONU para Refugiados (Acnur)
De acordo com a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), a entidade já atua na distribuição de itens considerados de socorro (como colchões e cobertores), apoio de comunicação para as autoridades locais manterem contato com cidadãos de outros países e oferta de espaços para sem usados como abrigo.
Além disso, a agência da ONU infirmou que, nos próximos dias, também atuará no apoio às autoridades locais para emissão de documentos perdidos com as enchentes.
Uruguai
Após receber ofício do governo do Rio Grande do Sul, informando que a situação no estado está “grave”, o Uruguai decidiu ajudar o Brasil e disponibilizou diversos itens, entre os quais um helicóptero, um avião, drones e lanchas.
Após conversas com autoridades brasileiras, o país acertou o envio de um helicóptero modelo Delfin Bell 212 com tripulação para atuar no resgate das vítimas das enchentes.
Helicóptero da Força Aérea do Uruguai emprestado ao Brasil para ajudar nas operações de socorro no Rio Grande do Sul
FAU/Divulgação
Argentina
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o governo da Argentina enviou ao Rio Grande do Sul dois purificadores de água e 72 mil pastilhas que podem tornar a água potável.
Inicialmente, o governo Javier Milei havia oferecido aeronaves, equipes de saúde, policiais e mergulhadores.
Somente em Porto Alegre, capital do estado, por exemplo, levantamento do último dia 6 indicava que cerca de 85% da população do município estava sem acesso a água potável.
Porto Alegre começa a construir corredor humanitário para a entrada de suprimentos básicos
G1 mundo