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Apesar dos avanços, atletas paralímpicos ainda enfrentam grandes desafios. Entre eles está o capacitismo, que é a discriminação contra pessoas com deficiência. O capacitismo pode aparecer de forma explícita, no uso de palavras e expressões em relação ao atleta, ou até mesmo de forma velada, no emprego de ideias ou barreiras que dificultam a vida deles.

Mesatenista Carla Maia, que é repórter da TV Brasil, vai disputar Paralimpíada de Paris após 20 anos no esporte.
Mesatenista Carla Maia, que é repórter da TV Brasil, vai disputar Paralimpíada de Paris após 20 anos no esporte.

Mesatenista Carla Maia, repórter da TV Brasil,
Divulgação/Arquivo pessoal 

Um exemplo são obstáculos na mobilidade das cidades olímpicas ou o uso de discursos ora de superação, apontando o atleta paralímpico como herói, ora de pena, tratando o esportista como coitadinho, e não um cidadão.

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Wagner Gomes, comentarista esportivo dos veículos da Empresa Brasil de Comunicação, explica como isso ocorre.

“Quem lida com esporte, quem está dentro do esporte, hoje nem fala mais sobre superação. Fala em treinamento. Porque falar em superação hoje também é um tipo de capacitismo, porque isso aí já passou. O atleta paralímpico ele tem que ser encarado como um atleta que treina, que não se supera mais. Ele supera as marcas, e não mais a sua deficiência”.

A mesatenista e repórter da TV Brasil Carla Maia explica que até ela mesma já utilizou falas capacitistas, ao temer fazer determinadas jogadas contra adversários, consideradas por ela muito agressivas. A atleta ressalta que modificou a forma de pensar, mas infelizmente a sociedade ainda precisa avançar muito neste sentido.

“Eu vejo isso em quem não convive com o esporte paralímpico no dia a dia, como por exemplo torcida, jornalistas, empresas, possíveis patrocinadores, que acreditam que estão ali vendo pessoas com deficiência em reabilitação, sem ser realmente atletas de alto rendimento”.

Wagner Gomes acrescenta que a relação com o atleta com deficiência deve ser de cidadania e de igualdade.

“Quando ele sobe no pódio, o hino que toca é o mesmo hino nacional. A emoção que ele tem é a mesma de um atleta que não tem deficiência. O esforço no treinamento, no dia a dia dele é o mesmo, se você fizer uma coisa relacional. O grande problema é ter essa visão do relacional. É olhar para o lado da eficiência dessa pessoa, e não o lado da deficiência. É uma pessoa, que precisa ser respeitada enquanto pessoa, enquanto atleta”.

E Carla Maia convoca a todos a acompanharem as Paralimpíadas!

“Vamos nessa? Vamos torcer para o Brasil aí, gente. Paris 2024 é Brasil na cabeça. E eu convido vocês para torcerem para mim, me acompanhe nas minhas redes sociais, @oicarlinha, e bora, time Carlinha, rumo ao topo”.

Os Jogos Paralímpicos ocorrem até o dia 8 de setembro, em Paris, na França. Participam mais de 4 mil atletas de todo o mundo.

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