Comissão de investigação será aberta após conclusão de estudo encomendado pelo governo revelar casos suspeitos. Órgão que representa ordens da igreja prometeram ‘cooperar plenamente’. Relatório foi encomendado pelo governo da Irlanda
Peter Morrison/AP
A Irlanda vai abrir uma comissão de investigação sobre a violência sexual nas escolas católicas depois que um relatório encomendado pelo governo, divulgado nesta terça-feira (3), revelou quase 2,4 mil possíveis casos entre 1970 e 2023, informou a Agência France-Presse (AFP).
O estudo compila acusações de violência sexual apresentadas diante das ordens religiosas que administram mais de 300 escolas no país.
A ministra da Educação, Norma Foley, considerou “profundamente chocante” o relatório que, na avaliação dela, mostra pela primeira vez a extensão da violência no sistema educacional católico irlandês.
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O primeiro-ministro, Simon Harris, por sua vez, saudou a coragem das vítimas que denunciaram e disse que essa violência é “uma sombra do passado que continua pesando sobre tantas vidas, tantas famílias, tantas comunidades”.
Em resposta, o órgão que representa as ordens católicas da Irlanda pediu perdão, afirmou estar “profundamente devastado” e prometeu “cooperar plenamente”.
Quase 900 suspeitos
As acusações se dirigem a 884 pessoas que trabalharam em escolas ou internatos sob gestão de ordens religiosas na época ou até hoje. Segundo o relatório, metade dos supostos agressores já morreram.
A abertura da investigação após o relatório inicial foi confirmada pela ministra Foley à imprensa em Dublin.
Os autores do estudo explicaram que entraram em contato com 73 ordens religiosas que estiveram ou estão à frente de escolas católicas na Irlanda, das quais 42 tinham arquivos de acusações de agressões e violências sexuais.
Essa investigação foi encomendada após a exibição de um documentário televisivo que revelou denúncias de violências sexuais em uma escola de Dublin.



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