Tanques explodiram estradas e atingiram várias casas, segundo moradores de Jabalia. O número de mortos ainda pode aumentar, porque há pessoas presas sob os escombros, segundo o governo de Gaza, controlado pelo grupo terrorista Hamas. Palestinos andam entre prédios destruídos no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, em 22 de fevereiro de 2024.
REUTERS/Mahmoud Issa/File Photo
Um bombardeio israelense em Jabalia, o maior dos oito campos de refugiados na Faixa de Gaza, matou pelo menos 33 pessoas e deixou 85 feridos nesta sexta-feira (18), segundo a Defesa Civil de Gaza e médicos locais. Moradores da região relataram que tanques explodiram estradas e atingiram várias casas.
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Crianças estão entre os mortos do bombardeio, segundo a agência de notícias palestina Wafa. O escritório de mídia do governo de Gaza, controlado pelo grupo terrorista Hamas, disse que o número de mortos nos ataques pode aumentar, porque algumas pessoas ainda estariam presas sob os escombros. Israel ainda não se pronunciou sobre o ataque desta sexta.
Outros ataques israelenses mataram pelo menos 39 palestinos em Gaza nesta sexta, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
Moradores de Jabalia disseram que tanques israelenses chegaram ao centro do campo de refugiados após atravessarem subúrbios e distritos residenciais. Eles afirmaram que o exército israelense está destruindo dezenas de casas diariamente no local, tanto pelo ar quanto pelo solo, colocando bombas em edifícios e depois as detonando remotamente.
O exército israelense afirmou que suas forças, que têm operado em Jabalia nas últimas duas semanas, mataram dezenas de terroristas em combates na quinta (17), realizaram ataques aéreos e desmantelaram infraestrutura militar do Hamas. Ainda na quinta, Israel anunciou ter matado o número 1 do Hamas, Yahya Sinwar, idealizador dos ataques terroristas de 7 de outubro de 2023.
O exército israelense diz que sua operação em Jabalia tem como objetivo impedir que membros do Hamas se reagrupem para novos ataques. Em bombardeios anteriores, Israel afirmou que terroristas do grupo se escondem entre civis para se disfarçarem.
Moradores disseram que as forças israelenses haviam isolado efetivamente as cidades do extremo norte de Gaza, Beit Hanoun, Jabalia e Beit Lahiya, da cidade de Gaza, bloqueando o movimento, exceto para as famílias que obedeceram às ordens de evacuação e deixaram as três cidades.
Eles também relataram que os serviços de comunicação e internet foram cortados, dificultando as operações de resgate.
O norte de Gaza, que abrigava bem mais da metade dos 2,3 milhões de habitantes do território, foi reduzido a escombros na primeira fase da ofensiva de Israel há um ano.
Israel começou sua operação militar após os ataques de 7 de outubro ao sul de Israel por combatentes liderados pelo Hamas, que mataram 1.200 pessoas e capturaram 250 reféns, segundo contagens israelenses.
Mais de 42.000 palestinos foram mortos até agora na ofensiva israelense, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza.
Apelo por suprimentos imediatos para hospitais
Na sexta-feira, autoridades de saúde fizeram um apelo para que combustível, suprimentos médicos e alimentos fossem enviados imediatamente a três hospitais no norte de Gaza, que estão sobrecarregados com o número de pacientes e feridos.
No Hospital Kamal Adwan, médicos disseram que tiveram que substituir crianças na unidade de terapia intensiva por casos mais críticos de adultos gravemente feridos pelos ataques aéreos israelenses a uma escola que abrigava palestinos deslocados em Jabalia na quinta-feira.
Israel afirmou ter atacado militantes escondidos no complexo.
O diretor do Hospital Kamal Adwan, Hussam Abu Safiya, disse em um vídeo enviado à mídia que as crianças foram transferidas para outra divisão dentro da unidade, onde estão sendo atendidas. Ele afirmou que a equipe médica está exausta e os suprimentos do hospital, incluindo alimentos, estão gravemente esgotados.
Israel disse ter enviado cerca de 30 caminhões de ajuda para o norte de Gaza na sexta-feira, incluindo alimentos, água, suprimentos médicos e equipamentos de abrigo. “Estamos lutando contra o Hamas, não contra o povo de Gaza”, disse o porta-voz militar Nadav Shoshani a jornalistas em um briefing online.
Hamas e autoridades de saúde afirmam que a ajuda não está chegando às áreas mais afetadas, incluindo as três cidades isoladas.
Philippe Lazzarini, chefe da agência de refugiados palestinos da ONU, a UNRWA, disse que o ataque à escola foi o terceiro contra uma instalação da UNRWA nesta semana e que a agência perdeu 231 membros de sua equipe no último ano de combate.
G1 mundo