“Armadilhas”, como árvores derrubadas e pedaços de madeiras com pregos, foram espalhadas pelo parque. Segundo a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), incêndios já destruíram área equivalente a mais de 3 mil campos de futebol. Garrafa encontrada próximo aos focos de incêndio no Parque Guajará-Mirim
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Em 15 dias, os focos de incêndio que atingem o Parque Guajará-Mirim destruíram uma área equivalente a mais de 3 mil campos de futebol, segundo a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam). Garrafas de combustíveis foram encontradas pelos agentes próximas aos focos de incêndio, além de “armadilhas” espalhadas pelo parque.
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Segundo o promotor de justiça do Ministério Público de Rondônia (MP-RO), Pablo Hernandez Viscardi, esses indícios apontam para uma suspeita de que os incêndios causados no Parque foram causados como retaliações às fiscalizações ambientais, sobretudo àquelas realizadas na Operação Mapinguari.
“Hoje a gente já tem alguns elementos de provas que demonstram claramente que a grande maioria, senão todos os focos de incêndio, foram originados de forma dolosa, criminosa”, revelou.
Pegada encontrada próxima aos focos de queimadas no Parque Guajará-Mirim
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Além das garrafas e outros objetos encontrados para atear fogo na vegetação, os agentes de fiscalização e brigadistas que se deslocaram até o Parque para combater as chamas enfrentam obstáculos pelo caminho: árvores derrubadas, pedaços de madeiras com pregos supostamente para furar pneus de veículos, além de outras “armadilhas”.
“Pegadas” encontradas nas áreas próximas também indicam a presença de terceiros no local.
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Segundo a Sedam, em uma fiscalização realizada na sexta-feira (26), foram encontrados cartuchos de munição calibre 36 intactas em cima de uma mesa e indícios de que invasores acenderam fogo no local. Pelo caminho, árvores foram derrubadas para impedir a passagem dos fiscalizadores.
Vestígios de invasores no Parque Guajará-Mirim
Sedam/Divulgação
O próprio MP-RO, assim como a Polícia Ambiental e a Sedam conduzem investigações para descobrir se realmente os incêndios são criminosos e identificar os autores.
“O objetivo é realmente identificar e, uma vez identificados os autores desses crimes grandiosos que estão sendo praticados ali no parque, buscar responsabilizá-los tanto criminalmente quanto civilmente”, aponta o promotor.
Parque Guajará
O Parque Estadual de Guajará-Mirim é uma unidade de proteção integral, com aproximadamente 220 mil hectares, localizada na zona rural de Nova Mamoré. A UC foi criada há mais de 30 anos, através do Decreto Nº 4.575, de 23 de março de 1990.
Ao longo dos anos, a região vem sofrendo devastação em decorrência da permanência de invasores no local. Os crimes mais recorrentes são extração ilegal de madeira, desmatamento, incêndio, pastagem, caça e pesca ilegal e grilagem de terras.
Para entender a importância de preservação do Parque, cabe ter conhecimento que dentro da unidade existem diversas espécies, seja da flora ou da fauna, que são ameaçadas de extinção, quase ameaçadas ou vulneráveis.
Assista:
Queimadas devastam o Parque Estadual Guajará-Mirim



G1 Rondônia