As forças de Israel fizeram uma operação militar por terra na região leste da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. Eles afirmaram que foi uma ação localizada em uma área pequena e que deixou 20 combatentes do Hamas mortos. Palestinos que deixaram a cidade de Rafah a caminho de Khan Younis, em 6 de maio de 2024
Ramadan Abed/Reuters
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta terça-feira (7) que a oferta de cessar-fogo do grupo terrorista Hamas é uma tentativa de impedir a operação militar israelense na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
“A oferta do Hamas tinha o propósito de atrapalhar a entrada das nossas forças em Rafah”, afirmou o primeiro-ministro em um vídeo, segundo o jornal “Times of Israel”. Ele afirmou também que os termos da proposta feita na segunda-feira são muito “brandos” (veja mais abaixo).
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As Forças de Defesa de Israel (FDI) fizeram uma operação militar por terra na região leste da cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza nesta terça-feira (7).
Segundo os próprios israelenses, foi uma ação localizada, que deixou 20 combatentes do Hamas mortos. Cerca de 1,4 milhão de palestinos estão concentrados em Rafah. Muitos deles chegaram à cidade, no sul do território, fugindo da violência da guerra entre Israel e o Hamas, que foi mais intensa na região norte da Faixa de Gaza.
A guerra começou há sete meses, quando o Hamas atacou o território israelense, matou 1.200 pessoas e sequestrou cerca de 250 –acredita-se que hoje ainda restam cerca de 130 israelenses mantidos reféns pelos terroristas. Segundo as autoridades de Saúde de Gaza, controladas pelo Hamas, quase 35 mil palestinos morreram.
Hamas afirmou que aceita termos de cessar-fogo
Na segunda-feira (6), horas antes da operação israelense em Rafah, o Hamas afirmou que aceitou os termos de um acordo de cessar-fogo na guerra elaborado pelo Egito e pelo Catar.
Netanyahu disse que pelos termos da proposta, as ações que o Hamas precisaria adotar foram muito abrandadas em relação a outros textos de acordo já discutidos. “A oferta do Hamas está muito, muito longe das demandas de Israel”, afirmou.
Os termos da proposta não foram tornados públicos.
O primeiro-ministro de Israel afirmou que a operação em Rafah tem como propósito trazer de volta os reféns e acabar com o Hamas —segundo ele, exercer pressão militar sobre o grupo terrorista é uma forma de conseguir o retorno dos reféns.
Ele também afirmou que Israel não vai permitir que o Hamas retome o poder na Faixa de Gaza e nem que o grupo volte a se armar.
“Israel não pode aceitar uma proposta que coloca em risco os nossos cidadãos e o futuro do nosso país”, afirmou ele.
O país, no entanto, não fechou totalmente as portas para um acordo. Foram enviados representantes ao Cairo, no Egito, onde acontecem as negociações.
Na segunda-feira, em nota, o gabinete de Netanyahu afirmou que “embora a proposta do Hamas esteja longe de satisfazer as principais exigências de Israel, o Estado Judeu enviará uma delegação de alto escalão ao Egito, num esforço para maximizar a possibilidade de se chegar a um acordo em termos aceitáveis para Israel”, afirmou o gabinete do primeiro-ministro na segunda-feira.
Manifestantes foram às ruas em Tel Aviv para pressionar o governo do país deles a aceitar o acordo de cessar-fogo.
População em Rafah comemora anúncio de que Hamas aceitou acordo
Israel pediu para que palestinos se retirem de Rafah
No começo da segunda-feira, as FDI pediram para que palestinos começassem a deixar a cidade de Rafah porque tinham planos de lançar uma operação de “escopo limitado”.
A retirada faz parte da “preparação para uma operação terrestre na região”, disse o porta-voz da FDI, Daniel Hagari.
Israel pediu especificamente para que os moradores da região leste de Rafah deixassem suas casas. O Exército disse que tentou avisar, por meio de mensagens de texto, chamadas telefônicas e anúncios na mídia, cerca de 100 mil pessoas.
“Pedimos aos habitantes [de Rafah] que se retirem das áreas que designamos”, disse Daniel Hagari.
Israel diz que os palestinos podem ir às cidades vizinhas de Al-Mawasi e Khan Younis, onde Israel disse ter criado uma zona humanitária com hospitais de campanha, tendas, alimentos e água
Infográfico mostra limites entre Faixa de Gaza, Rafah, Israel e Egito.
Editoria de arte/g1
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Invasão a Rafah
Há semanas, Netanyahu anunciou que faria uma incursão por terra em Rafah, a cidade no extremo sul de Gaza para onde cerca de 1,4 milhão de palestinos — mais da metade da população do território palestino — fugiu desde o início da guerra.
Os Estados Unidos, a ONU e a comunidade internacional têm pressionado fortemente o governo israelense para não levar a operação adiante — há o temor de um massacre, já que a população não tem para onde ir.
O rei Abdullah II, da Jordânia, disse ao presidente dos EUA, Joe Biden, em encontro nesta segunda (6) que uma operação israelense em Rafah pode causar um “novo massacre” na guerra na Faixa de Gaza.
A cidade faz fronteira com o Egito, mas os palestinos são proibidos de cruzar a fronteira.
Palestinos procuram vítimas sob os escombros de uma casa destruída em um ataque israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, em 6 de maio de 2024.
REUTERS/Mohammed Salem
G1 mundo