Uma das medidas indicadas é a conservação de áreas verdes ao redor das pastagens, o que deve ajudar a fornecer habitat para predadores naturais das lagartas
Uma das medidas indicadas é a conservação de áreas verdes ao redor das pastagens, o que deve ajudar a fornecer habitat para predadores naturais das lagartas, como aves de rapina, cobras e pequenos mamíferos. “Outra boa medida é a rotação de pastagens, permitindo que áreas de descanso se regenerem, criando um ambiente mais diversificado que pode atrair predadores naturais”, destaca o gerente de defesa sanitária vegetal da Idaron, Jessé de Oliveira Júnior.
A redução no uso de fertilizantes químicos, substituindo-os por fertilizantes orgânicos, também ajuda a manter um solo saudável que, por sua vez, suporta uma maior diversidade de vida selvagem. “Esse é um ponto muito importante, uma vez que, a utilização de agrotóxicos, além das lagartas, podem atingir espécies que naturalmente ajudam no controle desses insetos”, pontuou o gerente de defesa sanitária vegetal da Idaron.
Dentre os apontamentos da Nota Técnica, estão medidas de médio e longo prazo, como o cultivo de espécies de plantas nativas que forneçam alimento e abrigo para predadores naturais, intercalando áreas de mata nativa com as pastagens e medidas emergenciais com a utilização de métodos biológicos, mecânicos e químicos – de maneira integrada para controlar as lagartas – o que deve reduzir a necessidade de uso de pesticidas.
MEDIDAS PREVETIVAS
Há, ainda, dicas relacionadas ao manejo de resíduos agrícolas, como palha e restos de colheita, que podem fornecer abrigo e alimento para predadores naturais. A correção do solo, também é indicada como medida preventiva, uma vez que, manter a fertilidade do solo por meio das técnicas de correção e adubação verde, ajuda a criar um ambiente mais saudável à biodiversidade.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, a regra mais eficiente na defesa agropecuária é a prevenção com medidas que contribuam para sustentabilidade e saúde do ecossistema das pastagens, visando resultados a médio e longo prazo. “O governo tem investido em ações diretas no trabalho para com essas situações que necessitam de respostas à comunidade. A Agência vem desenvolvendo projetos dinâmicos para atuar diretamente com seus técnicos no manejo de soluções na agropecuária”, ressaltou.
Para a Idaron, a atual infestação comprova o desequilíbrio biológico do sistema e precisa ser investigada mais profundamente sob o ponto de vista ambiental, buscando determinar se os incêndios florestais e a seca severa, ocorridos neste ano contribuíram para o problema.
CONTROLE EMERGENCIAL
A nota da Idaron orienta ainda que, para maior eficiência no controle das lagartas é necessário o monitoramento constante da pastagem para verificar a ocorrência dos insetos, para identificação de focos iniciais. O monitoramento pode ser realizado por meio de armadilhas específicas. Na fase inicial, quando as lagartas são menores, a capacidade de consumo de forragem também é menor, o que favorece a eficiência do controle. O ataque dos insetos se inicia em reboleiras (formação arbórea de pequena extensão), assim, o controle dos focos iniciais apresenta a vantagem de que o tratamento se dará em áreas relativamente menores. Ou seja, nos focos iniciais, uma alternativa é concentrar animais (bovinos) nas áreas atacadas, promovendo, assim, o controle mecânico e o consumo da forragem antes que as lagartas se alastrem.
EQUILÍBRIO BIOLÓGICO
Devido à característica perene das pastagens em Rondônia, uma grande diversidade de predadores das lagartas ocorre naturalmente, favorecendo o equilíbrio biológico. Aves como anu-preto, anu-branco, gaviões, andorinhas e pica-paus, além de outros animais como mucuras, quatis, tatus, sapos e rãs, são grandes consumidores de insetos, incluindo os predadores e parasitas.