Republicanos proeminentes apoiam e se unem em torno do ex-presidente e candidato à Casa Branca, que detém o controle do partido. Um dia após ser condenado por fraude, Trump discursou para apoiadores em NY e partiu para o ataque
Brendan McDermid/Reuters
O que seria uma entrevista coletiva virou um pronunciamento, ou melhor, um discurso de campanha, em que o ex-presidente Donald Trump, agora condenado pela Justiça, despejou mentiras, ataques xenófobos e seguiu um roteiro conhecido: desqualificou o sistema judicial americano e apresentou-se como salvador do país e da Constituição.
O candidato republicano pôs a culpa do veredicto do corpo de 12 jurados no presidente Joe Biden, chamou o julgamento de farsa, atacou o juiz Juan Merchan e o promotor Alvin Bragg e vendeu-se como um combatente dos EUA e não como o primeiro ex-presidente americano que acabara de ser sentenciado como criminoso e estava em defesa de seus próprios interesses.
“Tudo sai da Casa Branca. O tortuoso Joe Biden. Ele é o pior presidente da história do nosso país, o mais incompetente, o presidente mais burro e o mais desonesto que já tivemos.”
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Tudo isso saiu da boca de um candidato que considera fraude contábil um delito leve e não um crime. E que aproveitou seu pronunciamento para associar Biden à entrada maciça de imigrantes no país, descrevendo falsamente as pessoas que atravessam as fronteiras como terroristas, criminosos e doentes mentais.
A legião de expoentes do Partido Republicano reforçou o apoio contundente e a união em torno do candidato. Segundo na linha de sucessão nos EUA, o presidente da Câmara, Mike Johnson, classificou a condenação de Trump em 34 acusações criminais por fraude contábil como “um dia vergonhoso na história americana”. “Foi um exercício puramente político, não legal”, declarou.
Como afirmou Averi Harper, editora-adjunta de política da ABC News, o mais notável nesta corrida eleitoral é que o partido que se define como o “da lei e da ordem” avança para indicar um criminoso condenado para liderar a sua chapa presidencial. Não há como mudar o rumo dessa prosa. Trump transformou o partido e o controla com rédea curta.
G1 mundo