Expansão territorial da cidade atrai tanto construtoras quanto investidores que estão em busca de oportunidades sólidas A Prefeitura tem garantido a modernização e a agilidade na obtenção de licenças para obras
Felipe Ribeiro
A construção das usinas hidrelétricas do rio Madeira foi propulsora para o início de um ciclo de desenvolvimento em Porto Velho. O “boom” gerado pelas empresas impulsionou o crescimento contínuo nas áreas de infraestrutura, comércio e indústria. Dez anos depois da implantação da primeira hidrelétrica, a cidade segue num ciclo pulsante, com uma grande demanda por novos negócios, fortalecendo principalmente a área da construção civil.
A expansão territorial da cidade atrai tanto construtoras quanto investidores que estão em busca de oportunidades sólidas, favorecendo a construção de empreendimentos imobiliários, como prédios residenciais, comerciais e espaços de lazer. É o caso de Phaena Spengler, que atua como diretora-executiva de uma grande construtora que atua na capital, a SBS Empreendimentos. A empresa familiar nasceu há 28 anos, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, mas a necessidade de obras e contratos em Porto Velho fizeram o grupo se instalar em Rondônia.
“Em Porto Velho tinha muito terreno, muita demanda também, pouquíssima urbanização. Mas não tinha muita gente querendo contratar obras, portanto meu pai teve que criar as próprias obras, e a incorporação imobiliária da empresa surgiu em Porto Velho. Aqui, com muita necessidade, floresceu isso bem rápido e começou ali na avenida Guaporé com a Imigrantes, onde tem muitos empreendimentos. De lá para cá, já são mais de 3 mil unidades entregues, 400 mil metros quadrados de áreas construídas e mais de 20 torres prontinhas para Porto Velho”, compartilhou.
A empresária enfatizou os benefícios e o potencial de investir em Porto Velho. Segundo ela, a cidade possui uma demanda crescente por empreendimentos imobiliários, impulsionada pela migração de pessoas em busca de oportunidades de trabalho e pela valorização do mercado local.
“Porto Velho está vivendo um ‘boom imobiliário’, motivado pelo dinamismo econômico que foi trazido pelo agronegócio, que prosperou muito em todo o nosso interior e na área rural da capital. A soja invadiu pra valer, mas temos o minério e os pescados, e temos o único porto alfandegado da região Norte, que é fundamental para esse volume de recursos, de pessoas e dinheiro. Isso traz muito dinamismo, traz emprego, traz necessidades urbanas para quem vem passar ou ficar aqui. A Prefeitura também tem ajudado bastante com o investimento na malha viária, de uma forma que vai trazer um dinamismo impressionante para a capital”.
Ela explica ainda que, devido à nova tendência do mercado imobiliário, o aluguel por temporada, a forma de morar e investir neste setor da capital rondoniense vem se transformando. “Porto Velho tem atraído muita gente, empresários do agronegócio, pessoas que vêm para estudar e trabalhar, sendo o principal polo de educação, saúde e negócios do estado de Rondônia. Então, todo mundo vem a Porto Velho para resolver essas demandas, por isso precisa de uma oferta de hospedagem que se adeque, seja satisfatória e muito mais flexível, e é isso que nossos empreendimentos vêm a oferecer”.
Em concordância com Phaena, está o empresário Cézar Zoghbi, que também atua como vice-presidente do Sindicato das Empresas de Compra e Venda de Imóveis do Estado de Rondônia (Secovi/RO). Para Zoghbi, desde a constituição do estado, a capital passou por vários picos de crescimento, muitos deles de forma desorganizada. Agora, Porto Velho passa por um processo de desenvolvimento estruturado, que permite planejamento e o investimento na infraestrutura da cidade.
“Hoje, apesar do crescimento com uma média de 2%, 3% ao ano, organicamente, não é um volume tão rápido como foi anteriormente, só que agora a gente está desenvolvendo, as pessoas estão prosperando, então você vê os investimentos em conjunto com a Prefeitura, que a cidade está melhorando, está mais asfaltada. Se você quer saber se Porto Velho está crescendo, olhe para trás, veja os últimos cinco, dez anos. Vá até os bairros e veja como está o desenvolvimento dos bairros, vá em uns lugares que já são mais desenvolvidos e veja a quantidade de prédios que surgiram e que continuam surgindo, o número de loteamentos que saíram e o número de casas construídas dentro desses loteamentos”, completou.
MODERNIZAÇÃO
Desde o início da atual gestão, a Prefeitura de Porto Velho tem priorizado a área da construção civil, garantindo a modernização e a agilidade no processo de obtenção de licenças para obras, documento primordial para o início de qualquer atividade de construção na capital.
Gustavo Nobre, secretário-adjunto da Secretaria Municipal de Regularização Fundiária, Habitação e Urbanismo (Semur), citou que a facilidade na obtenção do documento reduz a burocracia e proporciona maior segurança aos investidores. Somente nos anos de 2022 e 2023, aproximadamente 1.400 licenças de obras foram solicitadas à Semur.
“Uma das principais evoluções que caracterizaram a flexibilização, a rapidez nesse processo de licenciamento de obras foi a digitalização do procedimento. Hoje esse procedimento de licenciamento é totalmente eletrônico, e isso proporciona que a análise do licenciamento seja mais célere, tanto para envio quanto para recebimento de documentos. Isso já encurtou muito o prazo. Para você ter uma ideia, em 2017, o município de Porto Velho conseguiu licenciar cerca de 134 imóveis por ano. Em 2023, o município de Porto Velho licenciou 678 obras. Isso é fruto de um trabalho árduo da gestão atual de entender o que a população necessita, de trabalhar para que a cidade se desenvolva, proporcionando que obras grandes e pequenas se instalem”.
A política de expansão urbana, facilitada pela Semur, também tem priorizado a área de regularização fundiária. Cerca de 16 mil imóveis foram regularizados no município, garantindo aos moradores o direito legal sobre suas propriedades, maior segurança jurídica e valorização no mercado imobiliário.
“A gente sabe que um imóvel com obra averbada e com matrícula, tem um valor imobiliário inestimável. Então, quando a gente pega aqui 16 mil imóveis, aproximadamente, que foram regularizados, e colocamos ali um valor médio para cada imóvel, a gente verifica que é um valor considerável que a Prefeitura, junto com os demais parceiros na regularização, colocou no mercado imobiliário. Aquilo ali vai gerar para a economia local um giro de oportunidades gigantescas, porque ali são vendidos, são reformados, são demolidos e reconstruídos, essa é uma cadeia econômica que depende da regularização fundiária”, enfatizou.
G1 Rondônia