De acordo com governo, o território enfrenta ameaças devido às atividades ilegais de madeireiros e garimpeiros, que exploram os recursos naturais. TI fica localizada entre os municípios de Porto Velho e Nova Mamoré. T.I Karipuna em Rondônia
ISA
O Governo Federal iniciou, na última semana, uma operação de desintrusão (retirada de invasores) da Terra Indígena (TI) Karipuna, localizada entre os municípios de Porto Velho e Nova Mamoré, em Rondônia.
Segundo o governo, o território enfrenta ameaças devido às atividades ilegais de madeireiros e garimpeiros, que exploram os recursos naturais, contaminam os rios, colocam em risco a saúde da população local e ameaçam a cultura e a organização social dos povos indígenas.
A ação pretende retirar os grupos invasores de terras indígenas de forma pacífica e reintegrar as terras da União com o apoio de órgãos, como Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Força Nacional, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.
A operação inclui a destruição de instalações e acessos para prevenir reocupações de invasores, entre outras medidas. Será feito também um monitoramento contínuo e um plano de sustentabilidade em parceria com o Ministério dos Povos Indígenas e o Ministério da Defesa.
A TI Karipuna tem cerca de 153 mil hectares. No local vive um povo: os Karipuna de Rondônia. Devido ao histórico de extermínio, são comunidades pequenas, compostas, em maior parte, por jovens que estabelecem relações de trabalho nos distritos e vilas de Porto Velho, de acordo com o governo.
Denúncias de lideranças
No inicio de 2024, indígenas Karipuna encontraram uma “clareira” que foi aberta e desmatada dentro da TI por madeireiros e grileiros que pretendiam criar gado ou fazer plantio dentro da área protegida. A área desmatada é conhecida como Igarapé Fortaleza e fica a cerca de 3 km da divisa do território.
Clareira desmatada dentro da Terra Indígena Karipuna
Povo Karipuna
Segundo a denúncia feita por uma liderança Karipuna ao g1, os povos indígenas vivem “cercados” por crimes como desmatamento, pesca predatória e retirada ilegal de madeiras.
E esse não seria o único ponto de desmatamento nem a única área afetada pela presença de invasores dentro da TI Karipuna. Segundo os indígenas, a ação invasora afeta a fauna, a flora e os recursos hídricos dentro da TI. Na época, eles pediram pela retirada dos invasores.
Desmatamento na TI
De acordo com dados da Plataforma Brasil Mais, em 2023 foram registrados 51 alertas de desmatamento dentro da TI Karipuna: uma redução de 88%. Isso porque em 2022, foram cerca de 435 notificações no local.
Um relatório do Observatório da BR-319 apontou que a Terra Indígena Karipuna foi a mais desmatada entre as 69 áreas indígenas que ficam no entorno da rodovia federal BR-319 em 2022: de janeiro a dezembro foram 1.733 hectares desmatados na TI Karipuna, basicamente metade de todo o desmatamento registrado nas 10 terras indígenas localizadas no eixo da BR.



G1 Rondônia