Os protestos nacionais começaram em Columbia, Nova York, universidade que teve a mais recente ação da polícia contra manifestantes. Policiais expulsam manifestantes do Hamilton Hall da Columbia
Mais de 1.000 manifestantes pró-Palestina foram presos nas últimas duas semanas em universidades americanas em diversos Estados como Texas, Utah, Virgínia, Carolina do Norte, Novo México, Connecticut, Louisiana, Califórnia e Nova Jersey, alguns após confrontos com policiais.
Na noite desta terça-feira (30), a polícia de Nova York entrou na Universidade de Columbia e mais manifestantes foram detidos. Os estudantes ocuparam o Hamilton Hall horas antes, após montarem um acampamento no início do mês.
Os protestos nacionais começaram justamente em Columbia em resposta à ofensiva de Israel em Gaza depois que o Hamas lançou um ataque mortal em 7 de outubro. O grupo terrorista matou cerca de 1.200 pessoas, a maioria delas civis, e fizeram cerca de 250 reféns.
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Prometendo erradicar o Hamas, Israel matou mais de 34 mil palestinos na Faixa de Gaza, segundo o ministério da saúde local.
Polícia de Nova York prende manifestantes que invadiram prédio da Universidade de Columbia, em Nova York.
Anadolu via Reuters
Mais de 1 milhão de palestinos estão vivendo em Rafah. A maioria foi de outras partes da Faixa de Gaza depois de o começo da guerra entre Israel e Hamas
Jornal Nacional/ Reprodução
Israel e os seus apoiadores classificaram os protestos universitários como antissemitas, enquanto os críticos de Israel dizem que o país utiliza essas alegações para silenciar a oposição. Embora alguns manifestantes tenham sido flagrados por câmaras fazendo comentários antissemitas ou ameaças violentas, os organizadores dos protestos, alguns dos quais são judeus, dizem que se trata de um movimento pacífico que visa defender os direitos palestinos e protestar contra a guerra.
No campus de Columbia, os manifestantes montaram pela primeira vez um acampamento há quase duas semanas. A universidade enviou a polícia para limpar as tendas no dia seguinte, prendendo mais de 100 pessoas. Os alunos, no entanto, retornaram e inspiraram uma onda de acampamentos semelhantes em todo o país.
Estudantes acampados protestam contra as ações de Israel em Gaza em frente ao campus da Universidade de Columbia, em Nova York
Caitlin Ochs/Arquivo/Reuters
As negociações entre os manifestantes e a universidade foram paralisadas nos últimos dias e a instituição estabeleceu um prazo para os ativistas abandonarem o acampamento na tarde de segunda-feira (29) ou seriam suspensos.
Em vez disso, os manifestantes desafiaram o ultimato e invadiram o prédio Hamilton Hall na madrugada de terça-feira (30), transportando móveis e fazendo barricadas.
Os manifestantes apelidaram o edifício de Hind’s Hall, em homenagem a uma jovem que foi morta em Gaza sob o fogo israelita, e emitiram exigências de desinvestimento, transparência financeira e anistia.
Manifestantes pró-Palestina invadem prédio ca Universidade de Columbia após ultimato.
Alex Kent/Getty Images/AFP
A Associação Americana de Professores Universitários da Universidade de Columbia disse que os esforços do corpo docente para ajudar a acalmar a situação foram repetidamente ignorados pela administração da universidade, apesar dos estatutos escolares que exigem consulta.
Ilana Lewkovitch, uma estudante que se autodenomina “sionista de esquerda” em Columbia, disse que tem sido difícil se concentrar na escola há semanas, em meio a apelos para que os sionistas morram ou deixem o campus.
Seus exames foram marcados por gritos de “diga alto, diga claro, queremos os sionistas fora daqui” ao fundo, disse ela.
Lewkovitch, que se identifica como judia e estudou no campus de Tel Aviv, em Columbia, disse que gostaria que os atuais protestos pró-Palestina fossem mais abertos a pessoas como ela, que criticam as políticas de guerra de Israel, mas acreditam que deveria haver um Estado israelense.
O prefeito da cidade de Nova York, Eric Adams, afirmou na terça-feira que os protestos de Columbia foram “cooptados por agitadores externos profissionais”. O prefeito não forneceu evidências específicas para apoiar essa afirmação, que foi contestada pelos organizadores e participantes do protesto.
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Entrada da polícia no Hamilton Hall
Polícia entra na universidade de Columbia
A polícia utilizou uma escada para acessar uma das janelas da universidade. Para apoiar na operação, foi disponibilizado um ônibus para levar os estudantes detidos.
Os estudantes protestavam no campus de Manhattan desde o dia anterior, opondo-se à ação militar de Israel em Gaza e exigindo que a escola se desfizesse de empresas que alegam estarem a lucrar com o conflito.
Polícia usa escada para acessar janela em Columbia.
GloboNews/Reprodução
Após a ação policial, manifestantes continuaram as manifestações nas ruas do entorno da universidade. Os gritos de ordem, dessa vez, foram conta a polícia de Nova York.
Na noite desta terça, a universidade divulgou uma nota informando que solicitou a presença da polícia para “restaurar a segurança e ordem”.
“Lamentamos que os manifestantes tenham optado por agravar a situação através das suas ações. Depois que a universidade soube durante a noite que Hamilton Hall havia sido ocupado, vandalizado e bloqueado, não tivemos escolha. A equipe de segurança pública de Columbia foi forçada a sair do prédio e um membro da nossa equipe de instalações foi ameaçado. Não arriscaremos a segurança da nossa comunidade ou o potencial de uma nova escalada”, disse o comunicado.
Segundo a universidade, conselheiros se reuniram durante a madrugada e tomaram a decisão de pedir auxílio policial. A instituição diz que acredita que o grupo que invadiu o prédio é liderado por “indivíduos não vinculados à universidade”.
Sobre os atos pró-Palestina, a universidade fez questão de deixar claro que a convocação da polícia não foi uma resposta à causa e sim aos atos. “Deixamos claro que a vida no campus não pode ser interrompida indefinidamente por manifestantes que violam as regras e a lei”, completou a nota.
Manifestante é presa durante protesto pró-Palestina na Universidade Columbia, em Nova York, nesta terça-feira (30).
David Dee Delgado/Reuters
G1 mundo